sábado, agosto 21

dedinho

Hora de colocar o dedinho na cara,
Enfiar garganta abaixo esses pingos nos is.
É, em você mesmo!
Psiu! Não adianta olhar para o lado, fingir que tá tudo certo.
Até agora você ignorou os gritos da janela, das folhas, do vento.
Saiu de fininho da parede que te jogaram tantas vozes, olhos e bocas
Num me venha com essa, de que daqui a pouco passa, a vida volta.
Aliás! Quem você acha que é para tirar férias do mundo?
Vê se por um acaso, a noite falta o expediente algum dia?
Se toca garota, tá se achando demais!
Tenho maior pena de você!

Sim, dedinho na cara é pouco para ti, de burra que você é.
Quantos Caeiros você vai precisar de ler,
Para ver que a vida não é retardada assim?
Quantas porradas, palavrões, empurrões,
Você vai precisar de tomar para sair desse espasmo?
Acho que você já ta bem grandinha para ouvir,
dessa forma tão óbvia, que o mundo não pára
Quantos ossos quebrados
Você vai precisar para descobrir o que você é?
Prrr. Você ainda tá de mimimi?
Ai.... que não conseque fazer isso e aquilo.
Minha filha, ensinar batendo não dá mais.

Reage, engole esse choro, levanta essa cabeça, bagunça o cabelo.
Recolhe os seus fragmentos juntados em 24 anos,
e dá uma função decente para isso.
Porque sério, se isso tudo não servir para nada agora.
Se mata...
Ah! Você acha que eu to sendo dura com você?
Ai sério! Olha para ti, e se ainda não tiver vergonha,
Olha para o céu azul, preste atenção nas pessoas.
Grita! Sei lá! Faz alguma coisa.
E se você ainda não acordar,
Fica mesmo de vegetal nessa vida anestesiada.
E eu desisto.



(É bom estar de volta.
E sentir o mundo nem caber em mim.)

Um comentário:

Renan Grisoni disse...
Este comentário foi removido pelo autor.