terça-feira, março 15

Recife

Sei de quase nada nessa vida, mas sei te falar de cores. Sim! de quase todas as cores. Quase! Porque nesse lugar só tem espaço para as mais vivas, sobrepostas a azul e cinza. Azul! cor de uma cidade de praia linda, de paisagem de céu e mar misturadas com pontes, muitas pontes. De um azul alaranjado no pôr do sol. De um azul gritante ressaltado por casas coloridas antigas. De azul esverdeado na parede descascada do bar simples e aconchegante onde trabalha seu Jaime. E cinza de uma cidade de asfalto sujo, com crianças famintas e porque cinza é a cor da atenção, do passo medido em medo, da roupa gasta de crianças. Mas preto é a cor de crianças maltrapilhas que causam o medo, é a cor do dente, da miséria, da desigualdade, do abandono.

Mas é de um azul/cinza que são como pano de fundo e se misturam a um verde/amarelo/vermelho gritante que parecem querer deixar claro ao mundo como foi, o que é. São cores que dizem aos quatro cantos o valor que a cultura representa nesse lugar, cores que tornam um modo de falar único, cores que fazem as pessoas terem sempre um sorriso, cores que gostam de música, de teatro, de filme. Cores que fazem uma cidade inteira viver junta o carnaval dançando ciranda de mãos dadas, com música boa, cerveja barata e fantasias.

Recife pulsa alto sua história e sua cultura, mas de uma forma que pulsa nela para ela mesma, sem querer sem espetáculo e nem resistência. Recife simplesmente se vive, mas de uma forma verdadeira de gente que se identifica com o seu lugar, gente que é o seu lugar. Gente que colore forte com unhas, dentes e música a sua cidade.



Um comentário:

Anônimo disse...

recife é isso.
coisa linda de deus.
cidade grande com aspecto de vilarejo, ja viu isso?
toda colorida.

vivian