sexta-feira, novembro 4

fragmentos

Me despeço de você, jogo a tua vida nas tuas mãos,
com uma dor necessária, mais leve.
Em mim, "mim" como uma alma diluída em corpo, você não toca mais.
Não enquanto eu penso, não enquanto eu existo Samira.
Te tirei daqui, arranquei a força pela raíz.
Mas isso não significa que eu controle os fragmentos que me compõe.
Não impede que a minha inconciência te busque escondida em sonhos.
Que a minha alma te procure sozinha pelas ruas em madrugadas frias,
deixando como pista da ausência, apenas um vácuo no estômago.
ou então que a minha pele tenha se encontrado na sua, e te peça,
célula por célula, de uma forma involuntaria e indelével,
de uma natureza, e de um física, que vai além da vida que ela abriga, agora.