terça-feira, dezembro 7

libra

Cabeça a explodir, e talvez essa seja uma virtualidade disfarçada de real,

Fatalidades, futilidades. Tudo nesse instante, tudo grande, maior da vida.

Tenho uma personalidade encravada nessa palavra dita libriana.

Sim! Meu mal é o dia em que eu nasci- prematura de um acaso tramado- um rótulo que já me deram antes do início de existir. Talvez o primeiro deles, antes mesmo de saberem que eu era mulher. Antes mesmo de saber que eu era Proêza, Samira Proêza.

Ainda guardo a dúvida se são mesmo os astros que interferem nisso tudo, ou se eu me fiz isso, me justificando nessa coisa balança.

Que óbvio, que de balanceado não tem nada.

Mas enfim, me fiz mulher, e pior, mulher libriana, e das boas.

Sendo assim, guardo em mim todas as indecisões do mundo, e vou me atropelando, te atropelando, tudo isso por uma covardia/preguiça de decidir absurda, e num desespero/impulso não decido, faço e só.

As poucas decisões que consigo ter, são como peças raras, guardo num tesouro com chave jogada fora, e isso faz de mim teimosa de inicio meio e fim. Teimosa e decidida e me atropelo/ te atropelo, no apego dessas coisinhas/ verdades que consigo na vida, e que junto com meus impulsos me tornam o que eu sou.

Tenho carências de pele e de alma, mas preciso ser sozinha, me sufoco como quem parece que se prende, falta ar, falta sempre ar, e assim me engano/te engano num receio de quem ainda não aprendeu a dizer não.

Fiz-me em gestos exagerados, pegadas no cabelo, conversas de ouvido, e aprendi tarde demais, que não se pode ser assim, mas também aprendi que jeito não se poda, se reconstrói, e isso compõe o que hoje eu sou. E talvez eu seja sim dessas. Sabe? Dessas que parecem sempre se sentir, mas no meu caso acho que é só sentir mesmo, sem o se.

Sigo como bíblia o tal verbo amo, e amo muito mesmo, e desesperadamente, amo instantes de vida, barulhos, fragmentos de cidade, sombras, versos, pessoas, sou capaz de mal te conhecer e de alguma forma já te amar, a ponto de está aqui, escrevendo essas zilhões de palavras numa tentativa falha (eu sei) de me justificar.

Esvair, encher e ser sensível/ exagerada /dramática. Às vezes parece que essa coisa de libra não cabe aqui, o suporte é fraco. E pior que eu sei que sou insuportável, que fique bem claro. Assim, posso de forma egoísta, querer que se faça meu suporte. E aí também verás que sou insuportável

Mal te conheço.

Mas me desculpe ou não, agora tanto faz.

Um comentário:

Henrik disse...

n sei se esse amor é pegar, ou se "pegar" é de amor, mas acho que o amor é muito mais que uma definição...se definição for, se amor for... Samira, reconstrúa,